domingo, 30 de novembro de 2008

A MÀ EDUCAÇÃO

9 Novembro 2008

Na Escola eb 2/3 de Jovim
Gondomar: Aluno agride professora
Artemisa Coimbra, professora de Inglês na EB 2/3 de Jovim, em Gondomar, foi ontem agredida a murro por um aluno de 16 anos que frequenta o 9º ano dos Cursos de Educação e Formação. Teve de ser transportada para o Hospital S. João, no Porto, tendo sido tratada na pequena cirurgia. À saída da Urgência ainda eram visíveis as marcas da agressão no olho.
O incidente ocorreu às 13h40, quando a professora saiu da sala dos professores rumo à aula. "Fui surpreendida pelo aluno a correr na minha direcção e a chamar-me de todos os nomes possíveis. Depois deu-me murros na cara", disse ao CM, Artemisa Coimbra, que é também responsável pelo Observatório de Mulheres Assassinadas, uma organização que combate a violência doméstica.
O incidente ocorreu depois de a docente ter levado o agressor ao Conselho Executivo, por este estar a dizer palavrões no interior da escola.

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Aluno agride professora
Docente chegou a desmaiar após pancada na zona cervical. Criança de 12 anos foi suspensa
26 NOVEMBRO


Uma professora foi agredida por um aluno, na Escola EB 2/3 António Dias Simões, em Ovar, ao início da tarde desta quarta-feira.
O aluno do 6.º ano, com 12 anos, atacou a professora quando esta estava de costas, no corredor da escola. O PortugalDiário sabe que a docente levou uma pancada na zona da cervical, tendo desmaiado e sido de imediato transportada para o Hospital de Ovar. A vítima já teve alta e está em casa.
Foi à saída da sala que a professora foi surpreendida com o ataque do aluno revoltado. No decorrer da aula verificou-se um «desentendimento com a professora», segundo afirmou ao PortugalDiário Manuel Cardoso, do Conselho Executivo da escola.
O mesmo professor explicou que este aluno apresenta «problemas há já vários anos, vivendo um quadro familiar complexo». A criança está aliás referenciada na Comissão de Protecção de Menores em Risco.
O Conselho Executivo referiu ainda que, nos termos da lei, foi encetado um «inquérito rigoroso» ao sucedido. O aluno foi já ouvido durante quase toda a tarde e confirmou a agressão à professora, tendo sido preventivamente suspenso. O Ministério da Educação será seguidamente informado do incidente, mas segundo o Conselho Executivo da escola é ainda necessário proceder à audição da professora e das testemunhas do ataque.
Depois de ter recebido alta, a vítima está em casa em convalescença, mas «afectada psicologicamente». Até ao momento, não foi possível entrar em contacto com a professora.

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Problemas com filhos ditadores vão aumentar em Portugal”A conversa com... Javier Urra, psicólogo forense
29-11-08
“O que não contas aos teus pais?” O psicólogo espanhol Javier Urra colocou a pergunta a 3500 adolescentes portugueses com idades entre os oito e os 22 anos. A resposta chegará a Portugal no início do próximo ano, no livro “O que calam os nossos filhos?”. O título, recentemente publicado em Espanha,  já é best-seller. Ao JN, Urra antecipou o que distingue portugueses e espanhóis. E confessou a sua “preocupação” com o que ouviu.
Os segredos dos portugueses são diferentes dos espanhóis?
Os segredos dos pais são parecidos; os dos filhos são diferentes. Em Espanha, os filhos calam coisas do dia-a-dia: as más notas, as relações sexuais, o consumo de álcool ou de droga. Não pensava encontrar – e encontrei - um rapaz que me disse que não conta aos pais que tem amigos de outras raças. Ou um outro que me confessou: sou gay, mas tenho uma namorada. Nem esperava encontrar histórias tão tristes como a de um miúdo que todos os dias conta aos pais que vai passear com os amigos, quando na realidade vai sozinho porque não tem amigos. Em Portugal, os miúdos são mais filosóficos, pensam mais, sentem mais. E é sobretudo isso que escondem, as coisas que sentem e que pensam. Há algo de fado neles, uma nostalgia, um sentimento muito calado. E há frustração: por exemplo, calam que gostavam mais de ter os pais de um amigo do que os deles. E nós, pais, chegamos sempre muito tarde, porque achamos sempre que os nossos filhos são pequeninos, e isso não é verdade. Chegar aos 15 anos é chegar muito tarde. Em Portugal, parece-me que o pai é uma figura mais distante do que em Espanha, Os filhos falam mais com a mãe.
O que o preocupou mais no que ouviu dos filhos dos portugueses?
Preocupou-me haver rapazes e raparigas que vão à escola, dizem aos pais que comem e não é verdade. E há muitos rapazes em Portugal, muitos mesmo, que dizem: eu sou gay. Disseram-mo a mim, mas calam-no aqui. Muitos dizem-no na brincadeira. Porquê brincar com isso?
A orientação sexual é o maior segredo dos filhos dos portugueses?
Não tenho resposta para isso, mas o assunto chamou-me a atenção. Devem ser os técnicos portugueses a tentar perceber o que isso significa.
E as raparigas, o que calam?
As relações sexuais. Não dizem de quem gostam aos oito anos, com quem saem aos 12, o que fazem com quem saem aos 14. Não contam quem as deixou aos 15, porque é muito duro.
Os filhos não falam com os pais porque acham que eles não têm capacidade para os entenderem?
Porque têm a internet e os chats, que os pais nem sabem o que é. E porque partem do princípio que não têm que contar tudo aos pais – e não têm. Até porque, muitas vezes, os pais vão a correr contar à tia ou à avó.
Isso quebra a confiança?
Claro. Em Espanha, os pais contratam detectives para seguir os filhos. Desconfiam da sua orientação sexual ou do consumo de droga – em 80% dos casos acertam – e contratam detectives. Os pais têm o direito de saber o que se passa, mas não dessa forma. No meu livro ensino os pais a conquistarem essa confiança.
Há um manual para criar o filho perfeito: não vai agredir, não vai roubar, não vai ser mau?
Sem dúvida. Um filho não nasce; forma-se. E para isso é preciso tempo, dedicação, apego, carinho, amor, segurança, responsabilidade. É preciso ser adulto, saber dizer “não”, levá-los aos hospital para verem crianças doentes, ensiná-los a respeitar a natureza. Com estas componentes, é seguro que o filho será um bom filho. Se um pai educar bem o filho, corre o risco de aos 14 anos ele fazer uma coisa mal feita, como experimentar droga. Se o pai não dá conta em dois meses ele perde-se. Mas se dá conta, esse comportamento – ou outro - será um delito que só acontecerá uma vez.
Isso quer dizer que é possível culpar os pais? Quando as coisas correm mal, significa que os pais efectivamente falharam?
Se os pais têm responsabilidade? Sim. Têm responsabilidade para o bem e para o mal. Se um menor comete um delito, os pais têm que detê-lo. E note que eu fui o primeiro defensor em Espanha dos direitos dos menores. Mas é preciso saber respeitar o outro, é preciso educar no sentido da sensibilidade, de aceitar as regras. É por isso que defendo que esta crise é moral e eticamente muito boa. Serve para os pais poderem dizer aos filhos: Cuidado, há limites, não é possível ter tudo. Mas a sociedade também tem responsabilidade, porque confunde o bem com o mal. Hoje há esta ideia de que tudo é relativo. Em Portugal, ainda se calam os problemas em relação aos “filhos ditadores”, tal e qual como há uns anos se calava o problema dos filhos com droga. Ninguém dizia: O meu filho é drogado. Mas isso vai mudar. Os problemas vão aumentar.
Porquê?
Olhe para a escola, aí o problema é maior: o aluno não respeita o professor, porque o pai que lhe retirou a autoridade. Vai lá e diz: “Não diz isso ao meu filho”.
É possível “curar” um pequeno ditador, um filho que se torna agressivo?
Sem dúvida. Em Espanha criámos um centro onde colocamos os jovens que agridem os pais. E estamos perante uma violência de género: a principal vítima é sempre, sempre, sempre a mulher. A mãe daquele filho tem um problema, mas a mulher que virá a ser sua esposa tem um problemão, porque ele, se não fora travado, vai continuar a agredir. Ali no Centro, em Gualarrama, Madrid, os adolescentes ficam privados de liberdade durante um ano, em tratamento intensivo. Conclusão: no fim, o filho melhora? Melhora. Muito. A relação com os pais vai passar a ser estupenda?  Não. Mas passa a haver respeito, que é o que se pretende conseguir.
Quando uma criança é institucionalizada e o processo também corre mal –agridem, matam.. - de quem é a culpa?
Aí há várias questões: um rapaz que mata é o primeiro responsável por isso. Ser menor não quer dizer ser irresponsável. Quer dizer que, num país como Portugal, a resposta jurídica que se dá é distinta da que se dá a um adulto. Mas o menor continua a ser responsável. Primeiro ponto: esses rapazes foram institucionalizados porque a família falhou. Segundo: se a família falha, as instituições também podem falhar. Terceiro: sabe o que se passa dentro desses rapazes? Sentem-se mal, sentem náusea e então passam à acção mais insuportável. Como se sentem marginais nada é mais agradável para eles do que a violência – violência é poder. E pertencer a um grupo dá-lhes a sensação de desresponsabilização. Finalmente, procuram um indigente, um pobre, alguém abaixo deles, a escória, porque é assim que eles se sentem na pirâmide social: que estão muito abaixo. Têm comportamentos violentos como diversões gratuitas.
Em Portugal, há cerca de dois anos, treze menores mataram um transexual sem-abrigo...
Em Barcelona houve um caso igual: três menores queimaram um indigente, uma rapariga que era deficiente mental. O rapaz menor vai ser privado de liberdade durante pelo menos oito anos.  Os outros dois, de 18 anos, vão ficar privados de liberdade durante 18 anos. Não se pode encurtar este tempo. Perguntará: é muito castigo? Eu acho justo. E acho bem que os media transmitam à sociedade em geral que estes comportamentos não podem ser confundidos com divertimentos gratuitos. Estamos a falar de um assassinato premeditado e cobarde porque é ejercido sobre quem não pode defender-se. É preciso dizer a estes rapazes: “tens direito a ser castigado. É para o teu bem. Quando saíres, estaréis cá fora á tua espera, mas agora vais ser castigado”. O que aconteceu a esses rapazes portugueses?
Tiveram penas de 11 a 13 meses de internamento num centro educativo….
Nunca pode desculpar-se um menor porque é pobre ou porque foi institucionalizado ou porque sofreu. Há situações que podem funcionar como atenuantes, mas nunca como desresponsabilização. Se não se sancionas duramente a criança que errou, ela ganha um sentimento de impunidade, mesmo que não consiga verbalizá-lo. Pensa: “Sou um perdido, não tenho solução. Não sou importante.”

HELENA TEIXEIRA DA SILVA

Como corrigir a Timidez

Segundo Bernardo Carducci (Shyness: The New Solution, in Psychology Today, Janeiro de 2000), 75% das pessoas apresentam condutas tímidas diante de estranhos. Isso quer dizer que três entre quatro pessoas têm dificuldade para se relacionar plena e objetivamente na sociedade. Portanto, os tímidos não são exceção no quadro geral, ao contrário, eles compõem a grande maioria da humanidade.

Outra coisa que, a princípio, deve ficar bem clara, é que a timidez, sob o ponto de vista clínico, não é considerada uma doença, embora, em nível acentuado, possa trazer algumas complicações de ordem psicossomática. Os maiores problemas, na prática, são de ordem social.

Procurando ser o mais objetivo possível no exame da questão, L.C.Martins afirma que a timidez é, basicamente, um “problema de comunicação”, e que é a partir desta visão – muito mais fácil de ser entendida e trabalhada - que é possível “corrigir a timidez”. Segundo este autor, grande parte das dificuldades no relacionamento humano – principalmente a timidez - decorre de “falhas de aprendizagem”, ou seja, a pessoa reage com timidez porque não aprendeu corretamente a se relacionar com a sociedade.

Essa “aprendizagem falha” faz com que a pessoa formule e/ou admita preconceitos que acabam se transformando em crenças, e são essas crenças que interferem diretamente no processo decisório do indivíduo, levando-o a optar pela fuga, ausência, silêncio ou submissão quando precisa decidir, quando precisa se comunicar. No entanto, é perfeitamente possível consertar essas “falhas de aprendizagem”.


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Não há como discordar que o medo, a ânsia e o preconceito são responsáveis por 90% do sofrimento humano, e que todas as pessoas, indistintamente, convivem com estes sentimentos a vida inteira. A diferença fica por conta da maneira como cada pessoa reage a eles.

Os medos, por exemplo, são projeções mentais formuladas a partir de uma experiência dolorosa no passado (tenha sido essa experiência real ou imaginária). O desejo de não sentir novamente a mesma sensação, cria uma espécie de barreira intelecto-emocional que nos impede de agir ou reagir racionalmente quando o fato se reapresenta na nossa vida. Isso “desarranja” o nosso sistema nervoso e desencadeia todo um conjunto de reações bem características, como suor frio, aumento do batimento cardíaco, tremores etc., embora, quase sempre, nada aconteça além desse desconforto. É preciso entender também que todo mundo tem medos, uns mais, outros menos. Mas isto, entretanto, não quer dizer que umas sejam superiores às outras; apenas não foram afetadas com a mesma intensidade.

A ânsia tem a ver com a qualidade das nossas expectativas. Ela resulta da não-aceitação do fato de que somos impotentes para modificar o rumo de certos acontecimentos. Isto nos leva a viver numa luta inglória entre a nossa vontade e a realidade (que não pode ser mudada), e a realidade, é claro, sempre vence, muitas vezes trazendo frustração e dor.

Já os preconceitos são barreiras intelectuais herdadas ou construídas a partir de falsos juízos. Eles surgem porque todo ser humano precisa ter uma explicação para todas as coisas que os sentidos percebem. Quando a pessoa não encontra essa explicação por si mesmo, aceita a primeira explicação que surge, e esta, então, lhe servirá de base para raciocínios futuros, até que uma nova explicação, mais satisfatória, substitua a anterior. Por isso chamamos este juízo de preconceito (“pré-conceito”).

A esta altura você deve estar perguntando o que isso tem a ver com timidez, não é mesmo? A resposta é simples: tudo!


Na realidade, a timidez é um estado de ansiedade deflagrado a partir dos nossos medos e preconceitos, principalmente com relação à imagem das outras pessoas. Nada mais que isso. Quando modificamos a imagem dessas pessoas (substituindo um preconceito por um novo conceito, mais coerente e consistente) esse medo deixa de ter sentido.
Não há regrinhas milagrosas para corrigir a timidez, isso não existe. O que pode transformar uma pessoa é o conhecimento de novas realidades e a conseqüente substituição de uma “idéia” por outra, venha ela embasada cientificamente ou por “iluminação espiritual”, não importa. O que importa é que ela venha. Os benefícios acontecerão por conseqüência.


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No mundo há pessoas altas, baixas, gordas, magras, carecas, faladeiras, cultas, displicentes, com piercing, sem piercing, que usam terno, que usam jeans, religiosas ou não, observadoras, extravagantes, tímidas, politizadas, ignorantes, discretas, indiscretas, gananciosas, curiosas, habilidosas, felizes, amarguradas, perdulárias, fofoqueiras, excêntricas, que gostam de esportes, que gostam de música, que gostam de tudo, que não gostam de nada ...

Olhe em volta e você verá todo tipo de gente. Gente assim como a gente, que sonha, tem desejos, esperanças, virtudes e defeitos, e que são poetas, cientistas, rezadeiras, solidários, egoístas, fanáticos, fortes, fracos, doutores ou não, que cantam, dançam, gritam, choram, esperneiam, têm calo, caspa, azia, unha encravada...

São tantas as diferenças que é impossível encontrar duas pessoas absolutamente iguais; cada uma tem seu tipo, seu jeito, suas manias, seus defeitos e suas virtudes. Ninguém melhor, ninguém pior; todas são diferentes, todas são especiais.

Por isso, tentar copiar um “padrão de qualidade” estabelecido seja lá por quem for é o mesmo que negar sua importância diante do mundo. Afinal, são justamente as nossas diferenças que nos fazem únicos. Sem essas diferenças, perdemos a nossa identidade.

Portanto - se aceita um conselho - não queira ser igual a ninguém. Apenas, melhore suas diferenças.


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A pergunta crucial que acompanha o tímido é a seguinte: “o que vão pensar de mim?”

Esta preocupação com “o que os outros vão pensar”, é muito parecida com a sensação do medo comum, aquele medo que as pessoas têm de barata, quarto escuro, alma penada etc. É a preocupação com o perigo, com o mal que pode acontecer. Acontece, entretanto, que toda preocupação, seja ela com o que for, é uma projeção fantasiosa que (por ser fantasia) quase sempre carece de lógica; é coisa só da imaginação. Porém – isto é importante - mesmo sendo coisa da imaginação, é real, existe de fato na nossa mente.



“A imaginação é mais poderosa do que o raciocínio”
Albert Einstein
Todos os nossos medos têm a mesma origem. Aliás, a sensação de medo é própria dos animais. É o medo que garante a sobrevivência das espécies; é ele que faz aumentar a produção de adrenalina e nos prepara para o combate ou para a fuga diante do perigo. Se o homem não sentisse medo não sobreviveria. E, por isso, “todas as pessoas sentem medo”, todas.

É importante, todavia, manter esse medo sob controle, e a melhor maneira de fazer isso é não dar pernas à fantasia, ou seja, não deixar a imaginação criar mais do que deve. Particularmente, no caso dos tímidos, esta providência é a chave para controlar e até mesmo superar à ânsia.

Se a gente consegue diminuir o tamanho e força da fantasia, ou seja, se deixamos de valorizar tanto o que os outros pensam a nosso respeito, a timidez perde naturalmente o sentido. Por isso, o mais importante para o tímido não é vencer a timidez mas sim valorizar menos a opinião dos outros e valorizar mais as suas próprias diferenças. Esta "solução" é bem mais fácil, mais prática e mais eficaz, já que restaura a auto-confiança e reduz a ansiedade a níveis controláveis.

Esta mudança de atitude é possível utilizando-se os métodos auto-sugestivos desenvolvidos por Emile Couè, reforçados pela aceitação de novos conceitos obtidos através de um "exercício de coerências".


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Para que tenha uma idéia de como os métodos auto-sugestivos sustentados num programa de "repetições sistemáticas de novos conceitos" podem modificar as nossas atitudes (e timidez é uma atitude), vale transcrever este texto do Dr. Gustave Le Bon, autor do clássico "As Opiniões e as Crenças":



O Efeito da Afirmação e Repetição(*)
“A afirmação e a repetição são agentes muito poderosos pelos quais são criadas e propagadas as opiniões. A educação é, em parte, baseada neles. Os políticos e os agitadores de toda a natureza fazem disso um uso quotidiano. Afirmar, depois repetir, representa mesmo o fundo principal dos seus discursos.

A afirmação não precisa de se apoiar numa prova racional qualquer: deve, simplesmente, ser curta e enérgica, e cumpre que impressione. Pode-se considerar como tipo dessas três qualidades o manifesto seguinte, recentemente reproduzido em vários jornais:



Quem produziu o trigo, isto é, o pão para todos? O camponês!
Quem faz brotar a aveia, a cevada, todos os cereais? O camponês!
Quem cria o gado para dar a carne? O camponês!
Quem cria o carneiro para proporcionar a lã? O camponês!
Quem produz o vinho, a cidra, etc.? O camponês!
Quem nutre a caça? O camponês!

E, entretanto, quem come o melhor pão, a melhor carne?
Quem usa as mais belas roupas?
Quem bebe o bordeaux e o champagne?
Quem se aproveita da caça?
O burguês!!
Quem se diverte e repousa à vontade?
Quem tem todos os prazeres?
Quem faz viagens de recreio?
Quem se coloca à sombra no estio e no inverno junto a um bom fogo? O burguês!!
Quem se nutre mal?
Quem raramente bebe vinho?
Quem trabalha sem cessar?
Quem se queima no verão e gela no inverno?
Quem padece muitas misérias e tem pesados trabalhos?
O camponês!
Suficientemente repetida, a afirmação acaba por criar, primeiramente, uma opinião e, mais tarde, uma crença.

A repetição é o complemento necessário da afirmação. Repetir muitas vezes uma palavra, uma idéia, uma fórmula, é transformá-las fatalmente em crença. Do fundador da religião ao negociante, todos os homens que procuram persuadir a outros têm empregado esse processo.

O seu poder é tal que se acaba por crer nas próprias palavras assim repetidas e por aceitar as opiniões que habitualmente se exprime.

Pratique auto-sugestão para “corrigir” timidez
À vista do leigo, auto-sugestão só é uma “coisa” que pode dar certo em determinados casos, mas que jamais seria eficaz para resolver, por exemplo, um caso de timidez. Fiz questão de referir “à vista do leigo” porque poucas pessoas conhecem, verdadeiramente, os poderes desta fantástica terapia, reconhecida cientificamente e aplicada com sucesso nos centros mais desenvolvidos do mundo.

Os princípios da auto-sugestão foram definidos por Emile Coué (1861-1921), partindo de observações e análises sistemáticas dos resultados obtidos com a hipnose clínica. Dentre estes princípios, dois são fundamentais para que o leitor entenda por que a auto-sugestão é altamente eficaz para vencer a timidez:
1 – Tudo aquilo que se afirma com insistência, acaba se tornando verdade na mente de quem afirma;
2 – Na briga da razão com imaginação, esta última sempre sai ganhando.

Para que o leitor entenda o alcance destes princípios, podemos recorrer às recentes pesquisas no campo da neurofisiologia e da psicopedagogia, que tratam especificamente da aprendizagem. Hoje, por exemplo, sabemos que o cérebro humano opera dois tipos de memória: uma memória de curto prazo, que trabalha com as informações do agora, e uma memória de longo prazo que mantém registrados dados, regras e emoções de real importância e dos quais nos valemos no nosso dia-a-dia.

Reparem que cada vez que precisamos dar um laço do cadarço do sapato, fazemos isso de forma natural e espontânea, sem precisar “recorrer” à memória para lembrar como devemos fazer. Isso é possível porque o procedimento para dar laço do cadarço do sapato está registrado na nossa memória de longo prazo. Também o motorista não pára para pensar o que deve fazer quando o sinal de trânsito fica vermelho; ele pisa no freio, automaticamente. É o mesmo princípio.

Porém, nem todas as informações do cotidiano são armazenadas nessa memória de longo prazo (ou memória subconsciente). Ali ficam registradas, basicamente, as informações que tiveram grande impacto emocional na nossa vida, seja esse impacto positivo ou negativo, e as informações repetidas com constância, como a tabuada, que aprendemos por repetição sistemática.

São exatamente essas informações armazenadas na nossa memória de longo prazo que nos “condicionam” a reagir desta ou daquela forma nas mais diferentes situações do cotidiano. Quer ver um exemplo muito simples? Uma criança que tenha sido mordida por um cão e, por isso mesmo, experimentado uma emoção negativa muito forte, tem registrada essa emoção na memória. É por isso que, mesmo anos depois, ela reagirá com medo toda vez que se deparar com um cão. O medo, na maioria dos casos, resulta de uma aprendizagem dolorosa no passado.

Ocorre, entretanto, que essas emoções não precisam ser reais (vividas na realidade) para serem memorizadas; elas podem resultar da imaginação. Um exemplo são as pessoas que têm medo de alma do outro mundo; elas nunca viram nenhuma mas reagem com medo diante da possibilidade de ficar frente a frente com uma. Elas “aprenderam” este medo ouvindo histórias de terror, seja através de livros, filmes etc. que excitaram a sua imaginação.

Isso, como vocês podem perceber, tem tudo a ver com a ver com os nossos comportamentos e atitudes. A educação que recebemos (transferência de crenças) é que nos condicionou a agirmos desta ou daquela forma durante a vida (atitudes). Essas informações, de tanto que nossos pais insistiram que aprendêssemos, acabaram registradas na nossa memória de longo prazo. E são elas que definem a maioria das nossas atitudes no dia-a-dia, inclusive a forma como nos relacionamos com as outras pessoas.

Da mesma forma, quando vamos tomar alguma decisão – importante ou não – sempre recorremos a nossa memória de longo prazo para fazermos a avaliação dor/prazer. É justamente por isso que a pessoa que foi mordida por um cão sempre reluta em se aproximar de algum.

Como vocês podem ver, os chamados “mistérios da mente” nem sempre são tão misteriosos assim, não é mesmo?

Cabe registrar que, quatro séculos antes de Coué, Maquiavel já havia escrito que “mesmo uma mentira, se repetida com insistência, transforma-se em verdade”. Esta lição, retirada de O Príncipe, é a própria afirmação de Coué com outras palavras.

Coué também afirmava que “na briga da razão com imaginação, esta última sempre sai ganhando”. Isso quer dizer que as nossas crenças são mais determinantes do que a realidade que nos envolve. Por isso é muito difícil convencer alguém de que tem medo de alma do outro mundo que elas não existem, ou que os quartos escuros não são povoados de seres sobrenaturais. Se a pessoa acredita nisso, é muito difícil convencê-la do contrário.

Portanto, não adianta a pessoa tentar se sugestionar afirmando “não tenho medo de quarto escuro”; se ela crê, firmemente, que seres sobrenaturais habitam os quartos escuros (imaginação) essa crença vencerá sempre.

É justamente por isso que as técnicas de auto-sugestão (afirmações feitas pela própria pessoa) não devem incitar o combate da razão com a imaginação. Já que as velhas crenças estão consolidadas na mente inconsciente, o máximo que se pode fazer é registrar novos conceitos na memória através da repetição continuada e deixar que esses novos conceitos passem a compor, também, a base intelecto/emocional da pessoa (a mesma base que influi no processo decisório dor/prazer). Com a repetição continuada, é bem provável que esse segundo conceito passe a prevalecer sobre a antiga crença. Podemos dizer que isso acontece em 99,99% dos casos.



Como consolidar as novas crenças

Quando a professora diz que 8 x 7 = 56, o aluno não duvida; afinal, ela tem crédito (lembram quando eu falei sobre o “crédito da fonte”?). Entretanto, apesar de esta ser uma informação coerente e que, portanto, tende a se tornar uma crença na mente do aluno, ela não se instala na memória imediatamente. Será preciso que tal informação seja repetida e praticada para que, no futuro, seja recuperada na memória automaticamente. No caso das crenças intimidantes, a regra é a mesma.

Você, com toda certeza, admitiu que muitas informações contidas nesta homepage são coerentes, afinal, são informações embasadas cientificamente. Este é o primeiro passo, porém não é tudo. Será preciso que você faça exatamente como fez para aprender tabuada. Você precisará “repetir” alguns dos conceitos que admitiu como coerentes para que, em determinados momentos da sua vida, eles se expressam em forma de reflexos. Pois é exatamente isso que nós vamos fazer agora.

A seguir, você vai encontrar um conjunto de formulações (frases auto-sugestivas) que deverá repetir, sistematicamente, até que elas se instalem definitivamente na sua mente inconsciente. É uma espécie de exercício que você deverá praticar, a princípio, até quatro vezes por dia, durante 21 dias. Após estes 21 dias recomenda-se parar 7 dias e repetir durante mais 21. Quase sempre este tempo é suficiente para produzir resultados satisfatórios. Mas você poderá repetir o exercício outras vezes, se quiser. Por exemplo, pode repeti-lo uma vez por semana até que se sinta absolutamente seguro.

Cada sessão deve tomar 4 ou 5 minutos, no máximo. Você pode praticar, por exemplo:
1ª sessão - pela manhã, antes do dejejum, ainda na cama
2ª sessão - antes do almoço
3ª sessão - ao entardecer
4ª sessão - na cama, antes de dormir

Segundo Georgi Lozanov - criador das técnicas de aprendizagem acelerada - o estado ideal para memorizar é quando o cérebro opera na faixa de 8 a 12 ciclos/segundo, ou seja, estado “alfa”. Qualquer pessoa pode atingir este estado através de técnicas simples de relaxamento. Portanto, faça de acordo com o roteiro abaixo:

1 - Procure uma posição cômoda; afrouxe os cintos, tire o relógio, óculos etc. Você não precisa estar deitado, porém, o ambiente deve estar calmo, sem tique-taques de despertadores, falatórios ou quaisquer ruídos impertinentes;
2 – Fique absolutamente imóvel – braços, pernas e musculatura do rosto absolutamente frouxos -, feche os olhos e respire lenta e profundamente cinco ou seis vezes, inspirando pelo nariz e expirando pela boca. Depois volte a respirar normalmente;
3 – Ainda de olhos fechados e o mais imóvel possível, por uns dois minutos concentre toda sua atenção na respiração. Tente perceber o ar entrando e saindo pelas narinas. Esta providência é conveniente para evitar o assédio de pensamentos impertinentes enquanto você atinge um bom nível de relaxamento;
4 – A esta altura você deve estar se sentido leve, calmo, respirando tranqüilamente. Se não estiver ainda entrado em alfa, estará muito próximo disso;
5 - Se não tiver memorizado as formulações (há um exemplo logo abaixo) leia cada uma delas num tom de voz normal, nem muito baixo, nem alto. Mas leia como se estivesse dando uma ordem para você mesmo. Uma ordem clara e objetiva.
>>>Nota: uma boa providência é deixar as formulações, por escrito, bem à sua frente, de modo que você não precise fazer qualquer movimento além de abrir os olhos para ler.
6 - Se já tiver memorizado, repita no mesmo tom de voz, uma a uma;
7 - Feito isso, respire de novo, profundamente, cinco ou seis vezes e o exercício estará terminado.




EXEMPLO DE FORMULAÇÃO EFICAZ

"Diante de qualquer pessoa e em qualquer lugar,
eu me sinto SEMPRE calmo e seguro.
Nenhuma pessoa ou situação é capaz de me intimidar
ou abalar a minha tranqüilidade."

Atenção: Alguns especialistas em auto-hipnose recomendam também que se faça uma cópia das formulações, de próprio punho, diariamente. Para tanto, você deve ter uma caderno especial só para isso, datando e assinando ao final de cada cópia.

Para terminar, recomendamos que você reflita sobre o seguinte:

Já que você é tímido, não se esforce para parecer extrovertido; você parecerá artificial, não-autêntico. Além do mais, para a maioria das pessoas o fato de você ser tímido ou extrovertido não faz a menor diferença na hora de formularem um juízo de valor a seu respeito (lembre-se que 75% das pessoas também são tímidas, assim como você). O que conta são os valores positivos ou negativos que você exibe. E timidez não é valor, é atitude. Portanto, o fato de ser tímido ou não, não acrescenta peso ao juízo de valor que alguém faz de você. Seja o que você é e estará fazendo o melhor que deve ser feito.

Texto extraído (e adaptado) do livro "Como corrigir a Timidez", de L.C.Martins
1ª edição - BrLetras/Março de 2005 - Rio de Janeiro/RJ

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

VIRUS A PRAGA NO SEU PC Especialistas alertam para aumento de ataques

Especialistas em segurança alertaram os usuários de internet para um possível aumento nos ataques de vírus, previsto para a próxima segunda-feira, dia 24 de novembro.

Segundo o site The Guardian, a firma de segurança PC Tools acredita que a data, que antecipa o feriado de Ação de Graças, tradicional festividade americana, será o pior dia do ano para ataques de vírus.

Estatísticas do ano passado mostraram que o ponto mais alto da ação de vírus, worms e outros ataques online aconteceu três dias antes do feriado. Comparado com outro estudo realizado com 500 mil computadores ao redor do mundo foi feita a nova previsão que indica que o problema pode se repetir em 2008.

O aumento na atividade de vírus é compreensível, já que um grande número de internautas usa a web para compras online, se antecipando para o Natal, o que aumenta a chance de sucesso de acesso aos dados confidenciais por cibercriminosos.

Para piorar a situação, criadores e veiculadores de malware já vêm se aproveitando da popularidade do presidente recém-eleito Barack Obama para infectar computadores com links a falsos vídeos e outras táticas.

É esperado que fraudadores e hackers tentem iludir usuários a baixar software malicioso para acessar detalhes de homebanking e ainda senhas de sites de compras, explicou o site SC Magazine. Sendo assim, recomenda-se ainda mais cautela por parte dos usuários.

Aqueles que planejam compras online devem se precaver, instalando e mantendo atualizadas soluções antivírus e firewall, não abrir qualquer arquivo suspeito ou não solicitado que tenha recebido por email, bem como garantir que informações como dados de cartão de crédito e débito sejam fornecidos apenas a sites com certificado de segurança, conforme recomendou o jornal online The Telegraph.

sábado, 15 de novembro de 2008

Cassano diz tudo

A autobiografia de Cassano, “Dico Tutto”, sai só no dia 19 de novembro. Mas algumas frases do livro, escrito a quatro mãos com o jornalista Pierluigi Pardo, já circulam por aí. Não tem muito o que comentar. Basta reproduzir, tema por tema:
Aptidões e trabalho
“Eu era pobre, mas devo dizer que na minha vida nunca trabalhei. Até porque não sei fazer nada.”
Escola
“Eu tirava dois em todas as matérias. Um resultado extraordinário, obtido graças a um empenho constante. Repeti seis vezes.”
Balanço financeiro
“Vivi 17 anos como um desgraçado e nove como milionário. Preciso de mais oito anos antes de empatar.”
Carros
“Meu primeiro amor foi um Golf que ganhei de presente do Matarrese [presidente do Bari] depois de Bari x Inter. Um promessa mantida pelo presidente, coisa estranha… Ganhei o carro de graça, mas tive que gastar alguma coisa para comprar a habilitação. Não muito, porque me fizeram um bom preço. Quando eu tinha 17 anos, em poucos meses já tinham apreendido de mim duas motos 125cc e três carros.”
Desvio no futuro
“Se não fosse aquele gol contra a Inter em 1999, eu teria virado um tombradinha, um ladrão… certamente um delinquente.”
O gol que tirou um trombadinha do mundo é esse aqui:

Luciano Spalletti, técnico da Roma
“Certa vez falei para ele: ‘Você não está treinando aqueles pernas-de-pau da Udinese. Isso aqui não é a tua casa, é a minha!’”
Fabio Capello, então técnico do Real Madrid
“Em Terragona ele fez eu me aquecer, ao lado do Ronaldo, por todo o segundo tempo. No vestiário eu lhe disse: ‘Você é um homem de merda, é mais falso que dinheiro de banco imobiliário’.”
Del Neri, então técnico da Roma
“Ele não entendia um cazzo do que dizia, era ambíguo.”
Gabriel Batistuta
“Tinha o nariz empinado!”
Mulheres
“Quatro namoradas em 11 anos são poucas. Mas em compensação tive algumas aventuras, digamos, com algo entre 600 e 700 mulheres, umas vinte do mundo do espetáculo.”
A noite perfeita
“Eu jogava grandes partidas depois de ter feito sexo. Assistam Roma 4 x 0 Juventus: eu tinha ficado até às 6h da manhã com uma das tantas amigas que tinha naquele período. Em Madri era ainda mais fácil, porque ficávamos no hotel, todos no mesmo andar. Eu tinha um garçom que era meu amigo: sua função era me levar alguns croissants depois que eu transava. Ele levava os croissants na escada, eu acompanhava a moça e nós fazíamos a troca: ele pegava a mulher e eu ficava com os croissants. Sexo e comida, a noite perfeita!”

Enviado por: Gian Oddi -

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