segunda-feira, 11 de abril de 2011

Jovens portugueses vencem mundial do «Robô Bombeiro»


Concurso realizou-se nos Estados Unidos, com 117 equipas. Equipa está ligada à Associação Desenvolver o Talento

Segundo Maria Goretti Caldeira, presidente da ADot, a equipa ADoT 2 venceu a "Junior Division" do 2011 Trinity College Fire Fighting Home Robot Contest (concurso mundial do «Robô Bombeiro») que decorreu na cidade americana de Hartford.

«A equipa ADoT 2, formada por José Delgado e Miguel Seabra (respectivamente com 13 e 12 anos) conseguiu o pleno de sucessos nas três mangas (apagar por três vezes a vela), sendo a única equipa da "Junior Division" a alcançar esta proeza», referiu aquela responsável à Lusa.

Adiantou que a 18.ª edição do mundial «Robô Bombeiro» foi disputada por 117 equipas de oito países: EUA, Canadá, México, China, Indonésia, Coreia, Israel e Portugal.

«Esta foi mais uma meritória participação de âmbito internacional, que conferiu significativa notoriedade à ADoT e, por seu intermédio, a toda uma região e ao país, e que evidencia o trabalho sustentado que vem desenvolvendo junto de jovens com capacidades de excelência», referiu Maria Goretti Caldeira.

A responsável adiantou que «a organização do mundial distinguiu a ADoT ao convidar o jovem Miguel Seabra para intervir na sessão de abertura, sendo o único jovem participante a merecer esta honra».

A ADoT da Guarda participou com duas equipas no concurso mundial do «Robô Bombeiro».

Segundo a direcção, a equipa ADoT 1, composta pelos jovens João Silveira e Gonçalo Nobre, de 15 anos, concorreu na modalidade "Walking Division", e a equipa ADoT 2, que se sagrou campeã, participou na modalidade "Júnior Division".

Em 2010, as equipas daquela associação tinham obtido dois segundos lugares no concurso nacional e dois terceiros lugares no mundial.

A comitiva da ADoT, que participou no concurso realizado no fim-de-semana nos EUA, chegará a Lisboa na madrugada de quarta-feira.

O apoio a crianças, jovens e adultos sobredotados e talentosos é um dos principais objectivos da ADoT, criada na Guarda há cerca de um ano, no seguimento do trabalho desenvolvido nos dez anos anteriores pelo pólo local da Associação Portuguesa das Crianças Sobredotadas (APCS).

Informática, robótica, exposições, oficinas de pintura e de culinária, visitas culturais e científicas, são algumas das iniciativas desenvolvidas pela associação.

A ADoT possui sede na Guarda e tem um núcleo no Seixal.

sábado, 3 de janeiro de 2009

USE PRODUTOS BIODEGRADAVEIS

PAPEL - 3 MESES
MADEIRA - 6 MESES RESTOS ORGÂNICOS
RESTOS ORGÂNICOS - DE 6 A 12 MESES
CIGARRO - DE 1 A 2 ANOS
CHICLETES - 5 ANOS
LATA DE AÇO - 10 ANOS
PLÁSTICO - MAIS DE 100 ANOS
VIDRO - 4000 ANOS
LATA DE ALUMÍNIO - NÃO SE DECOMPÕE


Muitos não sabem mas existem cerca de 100 milhoes de toneladas de resíduos plástico flutuando no Oceano Pacífico entre os Estados Unidos e o Japão. Os oceanógrafos norte-americanos chamam de “Sopa de plástico”.
Essa “Sopa” é composta basicamente de resíduos não biodegradáveis que mantêm-se concentrados devido às correntes oceânicas, a 500 milhas náuticas da costa da Califórnia.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

OCULTISMO

O Pergaminho Secreto
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O Pergaminho Secreto
Publicado por Gerente Editorial em 02 Set 2006 | sob: Textos Publicados, O Pergaminho Secreto

Introdução da Edição Brasileira

“Nada é mais estranho que a verdade.”
Enoch

Mais uma vez fazemos a introdução de uma obra que nos traz uma enorme satisfação, não só por seu conteúdo, mas também pelo autor, um historiador que, por intermédio de seus trabalhos, convence-nos e enriquece-nos com suas descobertas. Trata-se de um episódio da História, uma história de amor pela defesa da Verdade das palavras de Deus. A perseguição que milhares de pessoas sofreram em decorrência deste amor é uma das histórias que mais impressionam, criando uma enorme revolta, principalmente àqueles que estão interessados na verdade dos fatos.
Todos sabemos que os importantes espólios de nossa história pertencem aos vencedores, pois, sempre, aquele que é vitorioso escreve o passado e justifica o presente. Percebemos, então, que a verdade é refém, ou melhor, está refém nas mãos dos que não têm interesse nela. Dizemos isso a exemplo de um documento descoberto, para sermos bem precisos, em abril de 1947, no Valet Khirbet Qumran — Manuscritos do Mar Morto —, e que até agora teve, aproximadamente, apenas 5% de seu conteúdo traduzido. Esses pergaminhos apontam para uma nova orientação totalmente oposta àquela que é conduzida atualmente pelas religiões.
O conhecimento público de todo o conteúdo desse “Evangelho de Jesus” representaria a destruição total de diversas religiões, especialmente as cristãs e as judaicas, fato que colaboraria para a revelação de conhecimentos velados por milhares de anos.
Escavando profundamente alguns trabalhos publicados, descobre-se a evidência de que a personalidade de Jesus está totalmente baseada em mitos e heróis muito mais antigos em torno do globo. Algumas provas disso estão na semelhança com a história, por exemplo, de Krishna, Buda, Hórus e Mitra; vejamos:
Krishna: Nasceu de uma virgem, Devaki;
É chamado de o Pastor de Deus, a Suprema Consciência;
É a segunda pessoa da Trindade;
Executava milagres;
Foi perseguido por um tirano em sua infância;
Subiu ao Céu.
Buda: Nasceu também de uma virgem, Maya;
É chamado de Pastor Bom;
Executava milagres;
Atingiu a Iluminação.
Hórus: Nasceu de uma virgem, no dia 25 de dezembro;
É considerado o Messias, a Luz e a Verdade;
É chamado de Pastor Bom e de KRST — O Filho Ungido de Deus;
Executava milagres;
Tinha 12 discípulos;
Foi enterrado e, no terceiro dia, ressuscitou um homem.
Mitra: Nasceu de uma virgem, também em 25 de dezembro;
Era chamado de Mestre e de o Pastor Bom;
Era considerado a Verdade, a Luz, o Redentor, o Salvador, o Messias;
Era identificado com o Leão e o Cordeiro;
Executava milagres;
Teve 12 discípulos;
Também ressuscitou após o terceiro dia;
Seu dia era o Domingo (dia do Senhor).
É óbvio que, se quiséssemos, descreveríamos muito mais detalhes acerca desses mitos, comparando-os com a vida de Jesus Cristo, mas isso é apenas uma pequena prova de como foi e é criado um mito e de como a história pode ter sido corrompida por interesses daqueles que dominavam o povo e o Estado.
Os Manuscritos do Mar Morto foram traduzidos para três idiomas diferentes — hebraico, aramaico e grego —, totalizando quase mil obras. São divididos, de acordo com os estudiosos, em três grupos principais: Sectários, Apócrifos e Bíblicos.
Esses pergaminhos ofereceram, também, a teoria de que Jesus pode ter sido um estudante da filosofia essênia. O termo “essênio” deriva da palavra egípcia Kashai, que significa secreto. Na língua grega, o termo utilizado é Therepeutes, originária da palavra síria Asaya, que significa médico. Nos escritos rosa-cruzes, os essênios são considerados uma ramificação da Grande Fraternidade Branca.
Passemos para a história atual… Não vamos citar o Documento conhecido como o “125” dos egípcios, no qual os Salmos estão ali claramente impressos, assim como os Dez Mandamentos — a Tábua de Moisés —, nem para onde ele levou seu povo — um templo egípcio e não para uma terra distante e desconhecida, apesar de eles fazerem de tudo, como sempre, para os fatos se encaixarem perfeitamente. Falaremos da história dos Templários, que é escrita sob vários pontos de vista.
Eles são vistos por muitos escritores como pertencentes a uma instituição misteriosa, uma ordem secreta, da qual até hoje não se sabe quais seriam os seus desígnios. Para outros, não passaram de vítimas indefesas, bodes expiatórios das manobras da Igreja e do Estado. E há ainda os que defendem a idéia de que eles foram importantes na Ordem Maçônica; iniciados, místicos e guardiões de uma sabedoria secreta.
Entre as diversas dimensões da história dos Templários, podemos citar que muitos dos seus cavaleiros eram conhecidos como feiticeiros e magos, pois detinham segredos proibidos e alquímicos.
Duas novas Ordens Militares — centradas em Jerusalém — surgiram junto à Igreja. Uma delas era a dos Hospitalários (Hospital de São João de Acre), cujo objetivo específico era cuidar dos doentes e feridos em Outremer. Hoje, nos Estados Unidos e em alguns países, as ambulâncias do St. John’s Hospital e da famosa Cruz-Vermelha são descendentes dessa Ordem, que sobrevive com o nome de Ordem de Malta, na Ilha de Malta.
A segunda Ordem foi criada em 1118, por Hugues de Payens e oito cavaleiros, que se comprometeram com uma causa monástica e militar. Faziam o voto de castidade, assim como o de pobreza, embora muitos cavaleiros, naquele tempo, lutassem por dinheiro, terra e poder. Sua missão era proteger os peregrinos no caminho da Terra Santa. Balduíno II cedeu-lhes o estábulo ao lado da mesquita de Al-Aqsa como quartel-general. Esse lugar, supõe-se, era o exato local do Templo do Rei Salomão. Os cavaleiros adotaram o estilo de vida de pobreza das Ordens Monásticas e auto-intitularam-se “Os Pobres Cavaleiros de Cristo”. Utilizavam como símbolo dois cavaleiros cavalgando em um só cavalo, para demonstrar sua pobreza, pois não tinham dinheiro nem para comprar cavalos em número suficiente para todos. Eram os Guardiões das Relíquias Sagradas, dentre as quais estaria o Santo Graal, do qual não se tem prova alguma de estar sob a proteção deles. Mas detinham sob sua guarda algo muito valioso, um estilo de arquitetura baseado em uma Sagrada Geometria, cheia de significados gnósticos, cabalísticos, alquímicos e místicos, conhecido como Gótico.
Também adotaram o nome do local onde se estabeleceram, ficando então a Ordem nomeada como: Pauperes Commilitones Christi Templique Salomonis (Os Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo do Rei Salomão), mas ficaram conhecidos como: Os Cavaleiros Templários (algumas vezes chamados de: Cavaleiros de Cristo, Cavaleiros do Templo, Pobres Cavaleiros, Ordem do Templo, O Templo, etc.).
No outono de 1127, Hugues e mais cinco cavaleiros foram a Roma pedir o reconhecimento do Papa e buscar novos cavaleiros. Lá entraram em contato com Bernard de Clairveaux, que se interessa pela Ordem. Ele era líder da Ordem Cisterciense (ou monges-brancos, uma dissidência dos monges beneditinos).
Em 13 de janeiro de 1128, foi realizado, então, o Conselho de Troyes, presidido pelo legado do Papa Mathieu d’Albano, os bispos de Troyes e de Auxetrre e muitos abades, entre eles o abade de Citeaux e, provavelmente, Bernard. Quando se une à Ordem, este é imbuído com os ideais e convicções dos Cavaleiros de Borgonha. Ele era contra os cavaleiros que usavam cabelos longos, jóias, sedas e plumas. Bernard, então, foi chamado pelo Conselho de Troyes para criar as regras da Ordem. Levanta a bandeira e pede suporte contra as Ordens que possuíam terras e dinheiro, exortando os homens de boa família a largarem a vida de pecados e entrarem na Sua Ordem.
Resumindo, o último Mestre da Ordem foi Jacques de Molay. Arrogante e iletrado, fez duas coisas para chegar ao poder: republicou a antiga regra da Ordem do Templo, a qual dizia que eles não podiam possuir livros — achava que isso os mantinham distraídos da arte da guerra; e preparou outra cruzada para reconquistar a Terra Santa. O motivo mais plausível é que sem a Terra Santa para defender, a Ordem do Templo poderia ser extinta.
Outras Ordens coirmãs também haviam se estabelecido em principados próprios. Os Hospitalários, na Ilha de Malta, e os Cavaleiros Teotônicos, em Ondersland. Os Templários, por sua vez, tinham suas vistas para a área do Languedoc.
Os Templários receberam inúmeras doações, privilégios especiais e adquiriram inúmeras posses, tornando-se ricos e poderosos. Dessa forma, diante da necessidade da Coroa Francesa, fizeram-lhe um empréstimo considerável.
Em 1306, o rei Filipe IV — também conhecido como Filipe, o Belo — estava desesperadamente quebrado. Tinha previamente quitado seus débitos com os judeus e os lombardos da França, prendendo-os e exilando-os. Tramou, então, um audacioso plano para conseguir o lendário tesouro templário. Só um crime poderia condenar os Pobres Cavaleiros: a heresia, visto que eles deviam obediência somente ao Papa. Teve ajuda de um ex-cavaleiro templário, Esequieu de Floryan, que, pessoalmente, queria a desmoralização da Ordem, e de um perito em criar heresias chamado Guillaume de Nogaret. Filipe, então, arranjou um “papa-fantoche”.
Numa sexta-feira, 13 de outubro de 1307, todos os Templários, na França, foram presos (daí a crença de que sextas-feiras 13 dão azar), e o Papa de Filipe enviou ordens de prisão a todos os Cavaleiros de Cristo, pedindo a todos os reis cristãos que fizessem o mesmo. Foram torturados, cada um de uma maneira, e forçados a confessar coisas absurdas, tais como:
Culto ao ídolo de nome Bafomé;
Cuspir na cruz, pisá-la e negá-la;
Não praticar sacramentos;
Conspiração;
Práticas de sodomia e homossexualismo.
Os três últimos Templários foram queimados na estaca. Eram eles, Hugo de Pairaud, Godofredo de Charney e o Grão-Mestre da Ordem: Jacques de Molay.
“Non Nobis Domine. Non Nobis, sed Nomini Tuo da Gloriam.” (“Não por nós, Senhor, não por nós, mas para que teu nome tenha a glória.”)
Uma pesquisa recente revela-nos que os Templários acolheram vários refugiados cátaros. Bertrand Blanchefort, por exemplo, foi Grão-Mestre da Ordem e era descendente de família cátara. Há uma evidência documentada de que muitos Cavaleiros Templários ajudavam os cátaros nas lutas contra a Cruzada. Quem afirma isso são os ABRAXAS, um grupo que é dirigido por Charles Bywaters e Nicole Dawe, residentes em Rennes-les-Bains-Aude, França, uma região templária. Eles descobriram sítios arqueológicos, até agora intocados, com valiosa e sólida documentação.
Para os Abraxas, a perseguição da Inquisição — o genocídio bárbaro (originado pela crueldade dos que se intitulam representantes de Deus e, o que é pior, “Obreiros” fiéis de sua “Obra Divina”) ocorrido no Languedoc francês, no sul da França, onde mais de 30 mil homens dizimaram colheitas, destruíram cidades, exterminando CRIANÇAS, MULHERES E HOMENS — tem de ter um motivo muito forte, um “segredo monumental” e, ao mesmo tempo, muito perigoso, que deveria ser silenciado para sempre.
Será que esse segredo era a respeito do Papa, ou da religião cristã, ou da Coroa Francesa? O que seria tão grave para que a Inquisição tomasse uma atitude tão drástica como aquela?
Há muitas evidências de que não era apenas pelo simples fato de os cátaros serem pagãos. Há, inclusive, algumas lendas que relatam os catáros como possuidores de algo muito valioso, ligado ao Santo Graal, talvez um dos objetos preciosos que se encontravam em seu poder.
Um fato narrado na história refere-se a um dos oficiais daquele maldito exército que, ao perguntar ao Papa como conseguiria distinguir os cristãos dos hereges,* recebeu a seguinte resposta: “Mate-os todos, Deus reconhecerá os seus”. A Cruzada Albigense foi, seguramente, uma guerra sangrenta e inominável.
Para que o leitor tenha uma noção do assunto, vamos tentar explicar melhor, em poucas linhas, essa tormenta:
…estamos nos tempos das Cruzadas, França, no Languedoc (o Midi Francês), início do século XIII, quando a riqueza e a opulência floresciam nessa região. Sua política torna-se afim com os reinos de Leon, Aragon e Castela (Espanha). O Languedoc era governado por várias famílias nobres, que se submetiam aos condes de Tolouse e à sua poderosa casa de Trencavel. Um principado que se tornara a mais fiel representação da Cultura, do Progresso e da Sofisticação, despertando, assim, a inveja dos potentados de todo o continente europeu cristão que, diga-se de passagem, enfrentavam um verdadeiro colapso cultural de sua civilização Grego-Romana. Apesar dos rígidos padrões de controle do pensamento e da reflexão pela estrutura eclesiástica, surgiam vozes que se levantavam contra o abuso e a arrogância da Santa Madre Igreja.
Embora cristão, Languedoc não era fanático. Seus habitantes valorizavam a educação, a filosofia, as artes, a ciência, bem como eram conhecedores de boa parte da tradição espiritual do Ocidente, ecos do pensamento de Heráclito, Pitágoras e Platão.
Em 1165, lançou-se um grito de guerra sobre o Languedoc. A Igreja de Roma atacou seus pontos fracos. Os que haviam sido julgados hereges já estavam condenados pelo conselho eclesiástico na cidade de Albi-Languedoc (a cidade de Albi fica ao sul na França). Daí a razão da população local ter sido denominada por Roma de albigense.
Muitos podem indagar: quem eram, afinal, os heréticos? A heresia albigense ou cátara não seguia teologia e doutrinas fixas, codificadas e definitivas. Levando-se em conta os poucos documentos que escaparam da destruição da Inquisição, podemos verificar que a prática dos cátaros, em relação ao Cristianismo, eram mais antigas e puras. Rezavam ao ar livre; eram em sua grande maioria vegetarianos (embora comessem carne de peixes); exaltavam à vida simples e à humildade.
Para os cátaros-albigenses, a fé não era apenas uma doutrina a ser pregada e sim um sistema de vida a ser vivido. Eles se denominavam cristãos e chamavam o diabo de “Príncipe do Mundo”. Denominavam sua igreja de “Igreja do Amor” (Roma de traz por diante). Os cátaros diziam que Jesus era o seu profeta, sacerdote, rei, messias, um agente ungido. Conheciam todos os pontos tidos como esotéricos, místicos e mitológicos pregados pelo Cristo.
O princípio feminino florescia em Languedoc enquanto era rechaçado pela Igreja de Roma. As mulheres podiam exercer funções e serem proprietárias dos seus próprios bens em igualdade com os homens.
Para os cátaros, Maria Madalena significava esse “Princípio Feminino” e era parte integrante da lenda do Santo Graal. E aqui surge um outro motivo, talvez a principal razão, para a perseguição e os tormentos que a Inquisição arregimentou contra os cátaros.
E mais… que a verdade oculta desta lenda (ou heresia) não está contida dentro de um cálice miraculoso e sim no ventre de Maria Madalena, como mulher de Jesus, ou seja, um herdeiro do sangue real azul, ou sangue real da dinastia de David, um filho de Jesus e de Maria Madalena — a criança do Santo Graal, na Europa.
Os Cavaleiros Templários também eram excessivamente preocupados com o “Princípio Feminino”. Os Abraxas descobriram documentos da Ordem do Templo os quais relatam que, em seus trabalhos, as mulheres eram incluídas e que seu número era expressivo. Outros pontos de relevância: o Preceptório Templário estava construído em Troyes, cidade de onde Chrètrien de Troyes, o primeiro a escrever a respeito do Santo Graal, retirou nome literário; e a mais famosa igreja de Troyes é dedicada à Maria Madalena.
É aqui que fazemos uma ligação com o começo do texto, quando falamos a respeito dos Manuscritos do Mar Morto. Hugh Schonfield, um dos acadêmicos mais respeitados em relação ao Novo Testamento, demonstrou que os Templários usavam o código conhecido como “Atsbash Cipher”. Esse código está cifrado em diversos pergaminhos. Também revela que, se fizermos a aplicação deste código no nome do ídolo venerado pelos Templários — Bafomé — ele se transformará na palavra grega Sophia, cuja tradução é sabedoria. Vejamos: Sophia também pode ser traduzida para o hebraico como Choknah, uma figura feminina que surge no livro Provérbios do Antigo Testamento.
Para os gnósticos de Nag Hammadi, Madalena é a encarnação idealizada da Atena grega e da Ísis egípcia, que é chamada, às vezes, de Sophia. Choknah é a chave para a compreensão da Cabala. Segundo Lawrence Gardner, em sua obra A Linhagem do Santo Graal, lançado pela Madras Editora, investiga-se a genealogia de Jesus até os nossos tempos. Ele também compara o Novo Testamento com os arquivos romanos e judaicos. Nessa consideração, Gardner detalha como a Igreja corrompeu e manipulou os registros para servir a seus propósitos políticos.
Apesar de a doutrina católica informar que Jesus era filho de uma virgem e filho de Deus, Lucas e Mateus enfatizam a linhagem e a descendência de Jesus, de David, de Israel e dos reis de Judá.
O que nos soa mais estranho é o fato de a Cruzada Albigense ter punido tão cruelmente por heresia a comunidade cátara, que foi visitada por São Domingos e São Francisco de Assis, que ficaram impressionados com os métodos de evangelização e passaram a empregá-los por meio de seus frades mendicantes, juntamente com os votos feitos pelo “parfaits”: pobreza e caridade. Outro que ficou impressionado foi São Bernardo, que disse: “Nenhum sermão é mais cristão que o deles, e sua moral é pura”.
Quero aproveitar e abrir um parêntese para relatar, em poucas linhas, uma outra lenda do Graal, na qual ele não é uma taça (objeto), mas sim uma pedra preciosa com muitos poderes, que foi trazida para o planeta Terra pelos anjos. Essa pedra representava a terceira visão de Lúcifer, o Anjo da Luz, filho primogênito de Deus que, quando se rebelou e desceu aos mundos inferiores, essa pedra, também chamada de lápis exillis (pedra caída do céu), se partiu em três partes. Uma permanece entre as sobrancelhas do Senhor Lúcifer; a outra é conhecida como a Pedra Filosofal, aquela que transforma metais em ouro, homens em reis, iniciados em adeptos. Essa pedra lembra muito a esmeralda de cor verde (sinônimo de esperança e vitalidade). E a terceira é o próprio Graal.
O que na Verdade nós quisemos demonstrar aqui foi que nem sempre a documentação é suficiente para reconstruir os fatos com fidelidade, permanecendo ainda muitos dos enigmas históricos. Mas, nesta obra, o autor Andrew Sinclair revela documentos baseados em fatos, em vez de especulações. Essa revelação está fundamentada em um documento inédito; trata-se do “Pergaminho de Kirkwall”, achado em uma Loja Maçônica, em uma ilha do Norte do Oceano Atlântico.

domingo, 30 de novembro de 2008

A MÀ EDUCAÇÃO

9 Novembro 2008

Na Escola eb 2/3 de Jovim
Gondomar: Aluno agride professora
Artemisa Coimbra, professora de Inglês na EB 2/3 de Jovim, em Gondomar, foi ontem agredida a murro por um aluno de 16 anos que frequenta o 9º ano dos Cursos de Educação e Formação. Teve de ser transportada para o Hospital S. João, no Porto, tendo sido tratada na pequena cirurgia. À saída da Urgência ainda eram visíveis as marcas da agressão no olho.
O incidente ocorreu às 13h40, quando a professora saiu da sala dos professores rumo à aula. "Fui surpreendida pelo aluno a correr na minha direcção e a chamar-me de todos os nomes possíveis. Depois deu-me murros na cara", disse ao CM, Artemisa Coimbra, que é também responsável pelo Observatório de Mulheres Assassinadas, uma organização que combate a violência doméstica.
O incidente ocorreu depois de a docente ter levado o agressor ao Conselho Executivo, por este estar a dizer palavrões no interior da escola.

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Aluno agride professora
Docente chegou a desmaiar após pancada na zona cervical. Criança de 12 anos foi suspensa
26 NOVEMBRO


Uma professora foi agredida por um aluno, na Escola EB 2/3 António Dias Simões, em Ovar, ao início da tarde desta quarta-feira.
O aluno do 6.º ano, com 12 anos, atacou a professora quando esta estava de costas, no corredor da escola. O PortugalDiário sabe que a docente levou uma pancada na zona da cervical, tendo desmaiado e sido de imediato transportada para o Hospital de Ovar. A vítima já teve alta e está em casa.
Foi à saída da sala que a professora foi surpreendida com o ataque do aluno revoltado. No decorrer da aula verificou-se um «desentendimento com a professora», segundo afirmou ao PortugalDiário Manuel Cardoso, do Conselho Executivo da escola.
O mesmo professor explicou que este aluno apresenta «problemas há já vários anos, vivendo um quadro familiar complexo». A criança está aliás referenciada na Comissão de Protecção de Menores em Risco.
O Conselho Executivo referiu ainda que, nos termos da lei, foi encetado um «inquérito rigoroso» ao sucedido. O aluno foi já ouvido durante quase toda a tarde e confirmou a agressão à professora, tendo sido preventivamente suspenso. O Ministério da Educação será seguidamente informado do incidente, mas segundo o Conselho Executivo da escola é ainda necessário proceder à audição da professora e das testemunhas do ataque.
Depois de ter recebido alta, a vítima está em casa em convalescença, mas «afectada psicologicamente». Até ao momento, não foi possível entrar em contacto com a professora.

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Problemas com filhos ditadores vão aumentar em Portugal”A conversa com... Javier Urra, psicólogo forense
29-11-08
“O que não contas aos teus pais?” O psicólogo espanhol Javier Urra colocou a pergunta a 3500 adolescentes portugueses com idades entre os oito e os 22 anos. A resposta chegará a Portugal no início do próximo ano, no livro “O que calam os nossos filhos?”. O título, recentemente publicado em Espanha,  já é best-seller. Ao JN, Urra antecipou o que distingue portugueses e espanhóis. E confessou a sua “preocupação” com o que ouviu.
Os segredos dos portugueses são diferentes dos espanhóis?
Os segredos dos pais são parecidos; os dos filhos são diferentes. Em Espanha, os filhos calam coisas do dia-a-dia: as más notas, as relações sexuais, o consumo de álcool ou de droga. Não pensava encontrar – e encontrei - um rapaz que me disse que não conta aos pais que tem amigos de outras raças. Ou um outro que me confessou: sou gay, mas tenho uma namorada. Nem esperava encontrar histórias tão tristes como a de um miúdo que todos os dias conta aos pais que vai passear com os amigos, quando na realidade vai sozinho porque não tem amigos. Em Portugal, os miúdos são mais filosóficos, pensam mais, sentem mais. E é sobretudo isso que escondem, as coisas que sentem e que pensam. Há algo de fado neles, uma nostalgia, um sentimento muito calado. E há frustração: por exemplo, calam que gostavam mais de ter os pais de um amigo do que os deles. E nós, pais, chegamos sempre muito tarde, porque achamos sempre que os nossos filhos são pequeninos, e isso não é verdade. Chegar aos 15 anos é chegar muito tarde. Em Portugal, parece-me que o pai é uma figura mais distante do que em Espanha, Os filhos falam mais com a mãe.
O que o preocupou mais no que ouviu dos filhos dos portugueses?
Preocupou-me haver rapazes e raparigas que vão à escola, dizem aos pais que comem e não é verdade. E há muitos rapazes em Portugal, muitos mesmo, que dizem: eu sou gay. Disseram-mo a mim, mas calam-no aqui. Muitos dizem-no na brincadeira. Porquê brincar com isso?
A orientação sexual é o maior segredo dos filhos dos portugueses?
Não tenho resposta para isso, mas o assunto chamou-me a atenção. Devem ser os técnicos portugueses a tentar perceber o que isso significa.
E as raparigas, o que calam?
As relações sexuais. Não dizem de quem gostam aos oito anos, com quem saem aos 12, o que fazem com quem saem aos 14. Não contam quem as deixou aos 15, porque é muito duro.
Os filhos não falam com os pais porque acham que eles não têm capacidade para os entenderem?
Porque têm a internet e os chats, que os pais nem sabem o que é. E porque partem do princípio que não têm que contar tudo aos pais – e não têm. Até porque, muitas vezes, os pais vão a correr contar à tia ou à avó.
Isso quebra a confiança?
Claro. Em Espanha, os pais contratam detectives para seguir os filhos. Desconfiam da sua orientação sexual ou do consumo de droga – em 80% dos casos acertam – e contratam detectives. Os pais têm o direito de saber o que se passa, mas não dessa forma. No meu livro ensino os pais a conquistarem essa confiança.
Há um manual para criar o filho perfeito: não vai agredir, não vai roubar, não vai ser mau?
Sem dúvida. Um filho não nasce; forma-se. E para isso é preciso tempo, dedicação, apego, carinho, amor, segurança, responsabilidade. É preciso ser adulto, saber dizer “não”, levá-los aos hospital para verem crianças doentes, ensiná-los a respeitar a natureza. Com estas componentes, é seguro que o filho será um bom filho. Se um pai educar bem o filho, corre o risco de aos 14 anos ele fazer uma coisa mal feita, como experimentar droga. Se o pai não dá conta em dois meses ele perde-se. Mas se dá conta, esse comportamento – ou outro - será um delito que só acontecerá uma vez.
Isso quer dizer que é possível culpar os pais? Quando as coisas correm mal, significa que os pais efectivamente falharam?
Se os pais têm responsabilidade? Sim. Têm responsabilidade para o bem e para o mal. Se um menor comete um delito, os pais têm que detê-lo. E note que eu fui o primeiro defensor em Espanha dos direitos dos menores. Mas é preciso saber respeitar o outro, é preciso educar no sentido da sensibilidade, de aceitar as regras. É por isso que defendo que esta crise é moral e eticamente muito boa. Serve para os pais poderem dizer aos filhos: Cuidado, há limites, não é possível ter tudo. Mas a sociedade também tem responsabilidade, porque confunde o bem com o mal. Hoje há esta ideia de que tudo é relativo. Em Portugal, ainda se calam os problemas em relação aos “filhos ditadores”, tal e qual como há uns anos se calava o problema dos filhos com droga. Ninguém dizia: O meu filho é drogado. Mas isso vai mudar. Os problemas vão aumentar.
Porquê?
Olhe para a escola, aí o problema é maior: o aluno não respeita o professor, porque o pai que lhe retirou a autoridade. Vai lá e diz: “Não diz isso ao meu filho”.
É possível “curar” um pequeno ditador, um filho que se torna agressivo?
Sem dúvida. Em Espanha criámos um centro onde colocamos os jovens que agridem os pais. E estamos perante uma violência de género: a principal vítima é sempre, sempre, sempre a mulher. A mãe daquele filho tem um problema, mas a mulher que virá a ser sua esposa tem um problemão, porque ele, se não fora travado, vai continuar a agredir. Ali no Centro, em Gualarrama, Madrid, os adolescentes ficam privados de liberdade durante um ano, em tratamento intensivo. Conclusão: no fim, o filho melhora? Melhora. Muito. A relação com os pais vai passar a ser estupenda?  Não. Mas passa a haver respeito, que é o que se pretende conseguir.
Quando uma criança é institucionalizada e o processo também corre mal –agridem, matam.. - de quem é a culpa?
Aí há várias questões: um rapaz que mata é o primeiro responsável por isso. Ser menor não quer dizer ser irresponsável. Quer dizer que, num país como Portugal, a resposta jurídica que se dá é distinta da que se dá a um adulto. Mas o menor continua a ser responsável. Primeiro ponto: esses rapazes foram institucionalizados porque a família falhou. Segundo: se a família falha, as instituições também podem falhar. Terceiro: sabe o que se passa dentro desses rapazes? Sentem-se mal, sentem náusea e então passam à acção mais insuportável. Como se sentem marginais nada é mais agradável para eles do que a violência – violência é poder. E pertencer a um grupo dá-lhes a sensação de desresponsabilização. Finalmente, procuram um indigente, um pobre, alguém abaixo deles, a escória, porque é assim que eles se sentem na pirâmide social: que estão muito abaixo. Têm comportamentos violentos como diversões gratuitas.
Em Portugal, há cerca de dois anos, treze menores mataram um transexual sem-abrigo...
Em Barcelona houve um caso igual: três menores queimaram um indigente, uma rapariga que era deficiente mental. O rapaz menor vai ser privado de liberdade durante pelo menos oito anos.  Os outros dois, de 18 anos, vão ficar privados de liberdade durante 18 anos. Não se pode encurtar este tempo. Perguntará: é muito castigo? Eu acho justo. E acho bem que os media transmitam à sociedade em geral que estes comportamentos não podem ser confundidos com divertimentos gratuitos. Estamos a falar de um assassinato premeditado e cobarde porque é ejercido sobre quem não pode defender-se. É preciso dizer a estes rapazes: “tens direito a ser castigado. É para o teu bem. Quando saíres, estaréis cá fora á tua espera, mas agora vais ser castigado”. O que aconteceu a esses rapazes portugueses?
Tiveram penas de 11 a 13 meses de internamento num centro educativo….
Nunca pode desculpar-se um menor porque é pobre ou porque foi institucionalizado ou porque sofreu. Há situações que podem funcionar como atenuantes, mas nunca como desresponsabilização. Se não se sancionas duramente a criança que errou, ela ganha um sentimento de impunidade, mesmo que não consiga verbalizá-lo. Pensa: “Sou um perdido, não tenho solução. Não sou importante.”

HELENA TEIXEIRA DA SILVA

Como corrigir a Timidez

Segundo Bernardo Carducci (Shyness: The New Solution, in Psychology Today, Janeiro de 2000), 75% das pessoas apresentam condutas tímidas diante de estranhos. Isso quer dizer que três entre quatro pessoas têm dificuldade para se relacionar plena e objetivamente na sociedade. Portanto, os tímidos não são exceção no quadro geral, ao contrário, eles compõem a grande maioria da humanidade.

Outra coisa que, a princípio, deve ficar bem clara, é que a timidez, sob o ponto de vista clínico, não é considerada uma doença, embora, em nível acentuado, possa trazer algumas complicações de ordem psicossomática. Os maiores problemas, na prática, são de ordem social.

Procurando ser o mais objetivo possível no exame da questão, L.C.Martins afirma que a timidez é, basicamente, um “problema de comunicação”, e que é a partir desta visão – muito mais fácil de ser entendida e trabalhada - que é possível “corrigir a timidez”. Segundo este autor, grande parte das dificuldades no relacionamento humano – principalmente a timidez - decorre de “falhas de aprendizagem”, ou seja, a pessoa reage com timidez porque não aprendeu corretamente a se relacionar com a sociedade.

Essa “aprendizagem falha” faz com que a pessoa formule e/ou admita preconceitos que acabam se transformando em crenças, e são essas crenças que interferem diretamente no processo decisório do indivíduo, levando-o a optar pela fuga, ausência, silêncio ou submissão quando precisa decidir, quando precisa se comunicar. No entanto, é perfeitamente possível consertar essas “falhas de aprendizagem”.


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Não há como discordar que o medo, a ânsia e o preconceito são responsáveis por 90% do sofrimento humano, e que todas as pessoas, indistintamente, convivem com estes sentimentos a vida inteira. A diferença fica por conta da maneira como cada pessoa reage a eles.

Os medos, por exemplo, são projeções mentais formuladas a partir de uma experiência dolorosa no passado (tenha sido essa experiência real ou imaginária). O desejo de não sentir novamente a mesma sensação, cria uma espécie de barreira intelecto-emocional que nos impede de agir ou reagir racionalmente quando o fato se reapresenta na nossa vida. Isso “desarranja” o nosso sistema nervoso e desencadeia todo um conjunto de reações bem características, como suor frio, aumento do batimento cardíaco, tremores etc., embora, quase sempre, nada aconteça além desse desconforto. É preciso entender também que todo mundo tem medos, uns mais, outros menos. Mas isto, entretanto, não quer dizer que umas sejam superiores às outras; apenas não foram afetadas com a mesma intensidade.

A ânsia tem a ver com a qualidade das nossas expectativas. Ela resulta da não-aceitação do fato de que somos impotentes para modificar o rumo de certos acontecimentos. Isto nos leva a viver numa luta inglória entre a nossa vontade e a realidade (que não pode ser mudada), e a realidade, é claro, sempre vence, muitas vezes trazendo frustração e dor.

Já os preconceitos são barreiras intelectuais herdadas ou construídas a partir de falsos juízos. Eles surgem porque todo ser humano precisa ter uma explicação para todas as coisas que os sentidos percebem. Quando a pessoa não encontra essa explicação por si mesmo, aceita a primeira explicação que surge, e esta, então, lhe servirá de base para raciocínios futuros, até que uma nova explicação, mais satisfatória, substitua a anterior. Por isso chamamos este juízo de preconceito (“pré-conceito”).

A esta altura você deve estar perguntando o que isso tem a ver com timidez, não é mesmo? A resposta é simples: tudo!


Na realidade, a timidez é um estado de ansiedade deflagrado a partir dos nossos medos e preconceitos, principalmente com relação à imagem das outras pessoas. Nada mais que isso. Quando modificamos a imagem dessas pessoas (substituindo um preconceito por um novo conceito, mais coerente e consistente) esse medo deixa de ter sentido.
Não há regrinhas milagrosas para corrigir a timidez, isso não existe. O que pode transformar uma pessoa é o conhecimento de novas realidades e a conseqüente substituição de uma “idéia” por outra, venha ela embasada cientificamente ou por “iluminação espiritual”, não importa. O que importa é que ela venha. Os benefícios acontecerão por conseqüência.


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No mundo há pessoas altas, baixas, gordas, magras, carecas, faladeiras, cultas, displicentes, com piercing, sem piercing, que usam terno, que usam jeans, religiosas ou não, observadoras, extravagantes, tímidas, politizadas, ignorantes, discretas, indiscretas, gananciosas, curiosas, habilidosas, felizes, amarguradas, perdulárias, fofoqueiras, excêntricas, que gostam de esportes, que gostam de música, que gostam de tudo, que não gostam de nada ...

Olhe em volta e você verá todo tipo de gente. Gente assim como a gente, que sonha, tem desejos, esperanças, virtudes e defeitos, e que são poetas, cientistas, rezadeiras, solidários, egoístas, fanáticos, fortes, fracos, doutores ou não, que cantam, dançam, gritam, choram, esperneiam, têm calo, caspa, azia, unha encravada...

São tantas as diferenças que é impossível encontrar duas pessoas absolutamente iguais; cada uma tem seu tipo, seu jeito, suas manias, seus defeitos e suas virtudes. Ninguém melhor, ninguém pior; todas são diferentes, todas são especiais.

Por isso, tentar copiar um “padrão de qualidade” estabelecido seja lá por quem for é o mesmo que negar sua importância diante do mundo. Afinal, são justamente as nossas diferenças que nos fazem únicos. Sem essas diferenças, perdemos a nossa identidade.

Portanto - se aceita um conselho - não queira ser igual a ninguém. Apenas, melhore suas diferenças.


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A pergunta crucial que acompanha o tímido é a seguinte: “o que vão pensar de mim?”

Esta preocupação com “o que os outros vão pensar”, é muito parecida com a sensação do medo comum, aquele medo que as pessoas têm de barata, quarto escuro, alma penada etc. É a preocupação com o perigo, com o mal que pode acontecer. Acontece, entretanto, que toda preocupação, seja ela com o que for, é uma projeção fantasiosa que (por ser fantasia) quase sempre carece de lógica; é coisa só da imaginação. Porém – isto é importante - mesmo sendo coisa da imaginação, é real, existe de fato na nossa mente.



“A imaginação é mais poderosa do que o raciocínio”
Albert Einstein
Todos os nossos medos têm a mesma origem. Aliás, a sensação de medo é própria dos animais. É o medo que garante a sobrevivência das espécies; é ele que faz aumentar a produção de adrenalina e nos prepara para o combate ou para a fuga diante do perigo. Se o homem não sentisse medo não sobreviveria. E, por isso, “todas as pessoas sentem medo”, todas.

É importante, todavia, manter esse medo sob controle, e a melhor maneira de fazer isso é não dar pernas à fantasia, ou seja, não deixar a imaginação criar mais do que deve. Particularmente, no caso dos tímidos, esta providência é a chave para controlar e até mesmo superar à ânsia.

Se a gente consegue diminuir o tamanho e força da fantasia, ou seja, se deixamos de valorizar tanto o que os outros pensam a nosso respeito, a timidez perde naturalmente o sentido. Por isso, o mais importante para o tímido não é vencer a timidez mas sim valorizar menos a opinião dos outros e valorizar mais as suas próprias diferenças. Esta "solução" é bem mais fácil, mais prática e mais eficaz, já que restaura a auto-confiança e reduz a ansiedade a níveis controláveis.

Esta mudança de atitude é possível utilizando-se os métodos auto-sugestivos desenvolvidos por Emile Couè, reforçados pela aceitação de novos conceitos obtidos através de um "exercício de coerências".


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Para que tenha uma idéia de como os métodos auto-sugestivos sustentados num programa de "repetições sistemáticas de novos conceitos" podem modificar as nossas atitudes (e timidez é uma atitude), vale transcrever este texto do Dr. Gustave Le Bon, autor do clássico "As Opiniões e as Crenças":



O Efeito da Afirmação e Repetição(*)
“A afirmação e a repetição são agentes muito poderosos pelos quais são criadas e propagadas as opiniões. A educação é, em parte, baseada neles. Os políticos e os agitadores de toda a natureza fazem disso um uso quotidiano. Afirmar, depois repetir, representa mesmo o fundo principal dos seus discursos.

A afirmação não precisa de se apoiar numa prova racional qualquer: deve, simplesmente, ser curta e enérgica, e cumpre que impressione. Pode-se considerar como tipo dessas três qualidades o manifesto seguinte, recentemente reproduzido em vários jornais:



Quem produziu o trigo, isto é, o pão para todos? O camponês!
Quem faz brotar a aveia, a cevada, todos os cereais? O camponês!
Quem cria o gado para dar a carne? O camponês!
Quem cria o carneiro para proporcionar a lã? O camponês!
Quem produz o vinho, a cidra, etc.? O camponês!
Quem nutre a caça? O camponês!

E, entretanto, quem come o melhor pão, a melhor carne?
Quem usa as mais belas roupas?
Quem bebe o bordeaux e o champagne?
Quem se aproveita da caça?
O burguês!!
Quem se diverte e repousa à vontade?
Quem tem todos os prazeres?
Quem faz viagens de recreio?
Quem se coloca à sombra no estio e no inverno junto a um bom fogo? O burguês!!
Quem se nutre mal?
Quem raramente bebe vinho?
Quem trabalha sem cessar?
Quem se queima no verão e gela no inverno?
Quem padece muitas misérias e tem pesados trabalhos?
O camponês!
Suficientemente repetida, a afirmação acaba por criar, primeiramente, uma opinião e, mais tarde, uma crença.

A repetição é o complemento necessário da afirmação. Repetir muitas vezes uma palavra, uma idéia, uma fórmula, é transformá-las fatalmente em crença. Do fundador da religião ao negociante, todos os homens que procuram persuadir a outros têm empregado esse processo.

O seu poder é tal que se acaba por crer nas próprias palavras assim repetidas e por aceitar as opiniões que habitualmente se exprime.

Pratique auto-sugestão para “corrigir” timidez
À vista do leigo, auto-sugestão só é uma “coisa” que pode dar certo em determinados casos, mas que jamais seria eficaz para resolver, por exemplo, um caso de timidez. Fiz questão de referir “à vista do leigo” porque poucas pessoas conhecem, verdadeiramente, os poderes desta fantástica terapia, reconhecida cientificamente e aplicada com sucesso nos centros mais desenvolvidos do mundo.

Os princípios da auto-sugestão foram definidos por Emile Coué (1861-1921), partindo de observações e análises sistemáticas dos resultados obtidos com a hipnose clínica. Dentre estes princípios, dois são fundamentais para que o leitor entenda por que a auto-sugestão é altamente eficaz para vencer a timidez:
1 – Tudo aquilo que se afirma com insistência, acaba se tornando verdade na mente de quem afirma;
2 – Na briga da razão com imaginação, esta última sempre sai ganhando.

Para que o leitor entenda o alcance destes princípios, podemos recorrer às recentes pesquisas no campo da neurofisiologia e da psicopedagogia, que tratam especificamente da aprendizagem. Hoje, por exemplo, sabemos que o cérebro humano opera dois tipos de memória: uma memória de curto prazo, que trabalha com as informações do agora, e uma memória de longo prazo que mantém registrados dados, regras e emoções de real importância e dos quais nos valemos no nosso dia-a-dia.

Reparem que cada vez que precisamos dar um laço do cadarço do sapato, fazemos isso de forma natural e espontânea, sem precisar “recorrer” à memória para lembrar como devemos fazer. Isso é possível porque o procedimento para dar laço do cadarço do sapato está registrado na nossa memória de longo prazo. Também o motorista não pára para pensar o que deve fazer quando o sinal de trânsito fica vermelho; ele pisa no freio, automaticamente. É o mesmo princípio.

Porém, nem todas as informações do cotidiano são armazenadas nessa memória de longo prazo (ou memória subconsciente). Ali ficam registradas, basicamente, as informações que tiveram grande impacto emocional na nossa vida, seja esse impacto positivo ou negativo, e as informações repetidas com constância, como a tabuada, que aprendemos por repetição sistemática.

São exatamente essas informações armazenadas na nossa memória de longo prazo que nos “condicionam” a reagir desta ou daquela forma nas mais diferentes situações do cotidiano. Quer ver um exemplo muito simples? Uma criança que tenha sido mordida por um cão e, por isso mesmo, experimentado uma emoção negativa muito forte, tem registrada essa emoção na memória. É por isso que, mesmo anos depois, ela reagirá com medo toda vez que se deparar com um cão. O medo, na maioria dos casos, resulta de uma aprendizagem dolorosa no passado.

Ocorre, entretanto, que essas emoções não precisam ser reais (vividas na realidade) para serem memorizadas; elas podem resultar da imaginação. Um exemplo são as pessoas que têm medo de alma do outro mundo; elas nunca viram nenhuma mas reagem com medo diante da possibilidade de ficar frente a frente com uma. Elas “aprenderam” este medo ouvindo histórias de terror, seja através de livros, filmes etc. que excitaram a sua imaginação.

Isso, como vocês podem perceber, tem tudo a ver com a ver com os nossos comportamentos e atitudes. A educação que recebemos (transferência de crenças) é que nos condicionou a agirmos desta ou daquela forma durante a vida (atitudes). Essas informações, de tanto que nossos pais insistiram que aprendêssemos, acabaram registradas na nossa memória de longo prazo. E são elas que definem a maioria das nossas atitudes no dia-a-dia, inclusive a forma como nos relacionamos com as outras pessoas.

Da mesma forma, quando vamos tomar alguma decisão – importante ou não – sempre recorremos a nossa memória de longo prazo para fazermos a avaliação dor/prazer. É justamente por isso que a pessoa que foi mordida por um cão sempre reluta em se aproximar de algum.

Como vocês podem ver, os chamados “mistérios da mente” nem sempre são tão misteriosos assim, não é mesmo?

Cabe registrar que, quatro séculos antes de Coué, Maquiavel já havia escrito que “mesmo uma mentira, se repetida com insistência, transforma-se em verdade”. Esta lição, retirada de O Príncipe, é a própria afirmação de Coué com outras palavras.

Coué também afirmava que “na briga da razão com imaginação, esta última sempre sai ganhando”. Isso quer dizer que as nossas crenças são mais determinantes do que a realidade que nos envolve. Por isso é muito difícil convencer alguém de que tem medo de alma do outro mundo que elas não existem, ou que os quartos escuros não são povoados de seres sobrenaturais. Se a pessoa acredita nisso, é muito difícil convencê-la do contrário.

Portanto, não adianta a pessoa tentar se sugestionar afirmando “não tenho medo de quarto escuro”; se ela crê, firmemente, que seres sobrenaturais habitam os quartos escuros (imaginação) essa crença vencerá sempre.

É justamente por isso que as técnicas de auto-sugestão (afirmações feitas pela própria pessoa) não devem incitar o combate da razão com a imaginação. Já que as velhas crenças estão consolidadas na mente inconsciente, o máximo que se pode fazer é registrar novos conceitos na memória através da repetição continuada e deixar que esses novos conceitos passem a compor, também, a base intelecto/emocional da pessoa (a mesma base que influi no processo decisório dor/prazer). Com a repetição continuada, é bem provável que esse segundo conceito passe a prevalecer sobre a antiga crença. Podemos dizer que isso acontece em 99,99% dos casos.



Como consolidar as novas crenças

Quando a professora diz que 8 x 7 = 56, o aluno não duvida; afinal, ela tem crédito (lembram quando eu falei sobre o “crédito da fonte”?). Entretanto, apesar de esta ser uma informação coerente e que, portanto, tende a se tornar uma crença na mente do aluno, ela não se instala na memória imediatamente. Será preciso que tal informação seja repetida e praticada para que, no futuro, seja recuperada na memória automaticamente. No caso das crenças intimidantes, a regra é a mesma.

Você, com toda certeza, admitiu que muitas informações contidas nesta homepage são coerentes, afinal, são informações embasadas cientificamente. Este é o primeiro passo, porém não é tudo. Será preciso que você faça exatamente como fez para aprender tabuada. Você precisará “repetir” alguns dos conceitos que admitiu como coerentes para que, em determinados momentos da sua vida, eles se expressam em forma de reflexos. Pois é exatamente isso que nós vamos fazer agora.

A seguir, você vai encontrar um conjunto de formulações (frases auto-sugestivas) que deverá repetir, sistematicamente, até que elas se instalem definitivamente na sua mente inconsciente. É uma espécie de exercício que você deverá praticar, a princípio, até quatro vezes por dia, durante 21 dias. Após estes 21 dias recomenda-se parar 7 dias e repetir durante mais 21. Quase sempre este tempo é suficiente para produzir resultados satisfatórios. Mas você poderá repetir o exercício outras vezes, se quiser. Por exemplo, pode repeti-lo uma vez por semana até que se sinta absolutamente seguro.

Cada sessão deve tomar 4 ou 5 minutos, no máximo. Você pode praticar, por exemplo:
1ª sessão - pela manhã, antes do dejejum, ainda na cama
2ª sessão - antes do almoço
3ª sessão - ao entardecer
4ª sessão - na cama, antes de dormir

Segundo Georgi Lozanov - criador das técnicas de aprendizagem acelerada - o estado ideal para memorizar é quando o cérebro opera na faixa de 8 a 12 ciclos/segundo, ou seja, estado “alfa”. Qualquer pessoa pode atingir este estado através de técnicas simples de relaxamento. Portanto, faça de acordo com o roteiro abaixo:

1 - Procure uma posição cômoda; afrouxe os cintos, tire o relógio, óculos etc. Você não precisa estar deitado, porém, o ambiente deve estar calmo, sem tique-taques de despertadores, falatórios ou quaisquer ruídos impertinentes;
2 – Fique absolutamente imóvel – braços, pernas e musculatura do rosto absolutamente frouxos -, feche os olhos e respire lenta e profundamente cinco ou seis vezes, inspirando pelo nariz e expirando pela boca. Depois volte a respirar normalmente;
3 – Ainda de olhos fechados e o mais imóvel possível, por uns dois minutos concentre toda sua atenção na respiração. Tente perceber o ar entrando e saindo pelas narinas. Esta providência é conveniente para evitar o assédio de pensamentos impertinentes enquanto você atinge um bom nível de relaxamento;
4 – A esta altura você deve estar se sentido leve, calmo, respirando tranqüilamente. Se não estiver ainda entrado em alfa, estará muito próximo disso;
5 - Se não tiver memorizado as formulações (há um exemplo logo abaixo) leia cada uma delas num tom de voz normal, nem muito baixo, nem alto. Mas leia como se estivesse dando uma ordem para você mesmo. Uma ordem clara e objetiva.
>>>Nota: uma boa providência é deixar as formulações, por escrito, bem à sua frente, de modo que você não precise fazer qualquer movimento além de abrir os olhos para ler.
6 - Se já tiver memorizado, repita no mesmo tom de voz, uma a uma;
7 - Feito isso, respire de novo, profundamente, cinco ou seis vezes e o exercício estará terminado.




EXEMPLO DE FORMULAÇÃO EFICAZ

"Diante de qualquer pessoa e em qualquer lugar,
eu me sinto SEMPRE calmo e seguro.
Nenhuma pessoa ou situação é capaz de me intimidar
ou abalar a minha tranqüilidade."

Atenção: Alguns especialistas em auto-hipnose recomendam também que se faça uma cópia das formulações, de próprio punho, diariamente. Para tanto, você deve ter uma caderno especial só para isso, datando e assinando ao final de cada cópia.

Para terminar, recomendamos que você reflita sobre o seguinte:

Já que você é tímido, não se esforce para parecer extrovertido; você parecerá artificial, não-autêntico. Além do mais, para a maioria das pessoas o fato de você ser tímido ou extrovertido não faz a menor diferença na hora de formularem um juízo de valor a seu respeito (lembre-se que 75% das pessoas também são tímidas, assim como você). O que conta são os valores positivos ou negativos que você exibe. E timidez não é valor, é atitude. Portanto, o fato de ser tímido ou não, não acrescenta peso ao juízo de valor que alguém faz de você. Seja o que você é e estará fazendo o melhor que deve ser feito.

Texto extraído (e adaptado) do livro "Como corrigir a Timidez", de L.C.Martins
1ª edição - BrLetras/Março de 2005 - Rio de Janeiro/RJ

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